Holocracia: o impacto positivo de focar em pessoas

Massimus
4 min readJan 6, 2021
Holocracia

Um modelo de gestão com foco nas pessoas deixou de ser apenas uma ideia a ser seguida em um futuro distante. Cada vez mais candidatos, parceiros e clientes procuram por empresas que sigam esses conceitos na hora de fechar negócio, fazer uma aquisição ou de construir uma carreira como colaborador. Sei que já falamos aqui algumas vezes, então o termo já deve estar fixo na mente, mas chegou a hora da verdade: o que você realmente sabe sobre holocracia?

Segundo dados do IDC FutureScape e suas Previsões de Agenda 2021 do CIO Global, o “CIO Empreendedor” é o investimento da vez para o ano que vai começar. Ao final de cada ano, essa lista nos dá uma previsão sobre as áreas de tecnologia e tendências futuras para basear um ano produtivo e que não pare no tempo seguindo caminhos ultrapassados ou investindo em ferramentas obsoletas. E o que isso tem a ver com holocracia? Bom, o CIO Empreendedor deve aproveitar iterações rápidas com resultados visíveis e também avaliar a necessidade de mudanças conforme as respostas do ambiente. Soa como uma mudança na estrutura corporativa, que nos remete diretamente para esse modelo de gestão que vem crescendo no mundo.

Ao ouvir esse termo, devemos ser levados a um ambiente onde a realidade seja uma estrutura de poder descentralizada, e a autoridade, igualmente distribuída entre times, o que basicamente pode ser resumido com: a hierarquia tradicional já não está tendo os mesmos resultados na indústria 4.0, o mundo digital. O modelo criado pelo americano Brian Robertson conversa diretamente com implementação de métodos ágeis e a humanocracia que está sempre presente em nossos conteúdos por aqui, já que visa tornar a tomada de decisões mais rápida e gerar respostas que tornem a empresa adaptativa.

As equipes bem estruturadas devem aprender por igual e juntas, no fluxo de cada processo no qual fazem parte, assim visualizarão e terão clareza dos objetivos que devem atingir e com isso adaptar os processos para que estejam sempre maximizando os resultados e reduzindo os desperdícios.

Seguindo esse modelo, um colaborador atuará nas iniciativas onde suas competências poderão gerar mais resultados, ele poderá inclusive participar de vários times durante o período que estiver na empresa.

A tomada de decisão é horizontal e não mais vertical como na hierarquia estipulada na indústria 1.0, com isso, os times participam ativamente das decisões, acabando assim com o poder centralizado e automaticamente com a figura do “chefe”.
Neste cenário a criatividade e autonomia de cada profissional é incentivada, aproveitando a habilidade de cada um e dando liberdade para que cada equipe execute suas funções da maneira que preferir, sempre focando no objetivo e melhorando constantemente aquele processo ou fluxo de valor.

Outros resultados percebidos nas empresas que já aderiram à Holocracia é o aumento da criatividade, inovação, produtividade, motivação, diminuição de turn-over, além de reforçar a importância de um trabalho feito em equipe. Dessa maneira, são geradas respostas rápidas que levam os colaboradores a entenderem se estão atingindo nos objetivos e se não estiverem, o que precisam adaptar para atingirem. Basicamente se criam equipes auto gerenciadas, que tomam decisões e melhoram seu dia-a-dia para atingirem os objetivos de uma forma cada vez melhor.

Para que isso se torne realidade, é necessário que a estrutura da empresa esteja sólida, com objetivos claros e processos que sejam acompanhados e incentivados de maneira eficaz. Não há maneira de se usufruir da liberdade desse modelo de gestão se não houver clareza, tanto nos processos quanto nos objetivos dos times e individuais que precisam ser alcançados. Profissionais querem ser tratados como pessoas, e não como instrumentos. E além disso, querem saber que foram participantes ativos nos resultados da empresa. O que motiva muito mais a equipe a continuar se esforçando e se adaptando para serem ainda melhores. Se trata de aprender e ensinar na mesma medida, encorajar a experimentação e seguir objetivos em comum.

Com estruturas tão ultrapassadas quanto as das empresas tradicionais do mercado, a tendência é que a holocracia se torne um termo cada vez mais escutado no meio corporativo. Visando os impactos gerados pela pandemia na estrutura das empresas, a ascensão de empresas como startups e a chegada das novas gerações ao mercado de trabalho, a única coisa que podemos esperar é de que haverá cada vez mais mudanças e será necessário aprender e mudar com elas. A ideia de empresas adaptativas é de que o aprendizado seja constante, a experimentação seja encorajada e os resultados venham mais rapidamente.

Infelizmente no século XXI, vivendo a era digital, ainda é preciso bater na tecla de que o mindset dos executivos e empresários precisa mudar para acompanhar a transformação do mercado e das relações pessoais com colaboradores.

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Massimus

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